A minha madrinha ensinou-me a amar os afilhados como se fossem nossos filhos e é mesmo assim que os sinto. A minha madrinha sempre foi um pilar muito importante para mim, sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida, bons e maus. Sempre contei com ela, com os conselhos que tinha para me dar quer na escola, trabalho e amores. É como se fosse a minha segunda mãe.
Quando teve a D eu fui escolhida para ser a madrinha, acho que foi dos dias mais felizes da minha vida, lembro-me de ter feito a primeira comunhão apenas porque um dia podia vir a ser madrinha e isso era um ponto a favor (para o caso do padre levar à risca a catequese). A minha carochinha tem agora dezanove anos e no meu coração continua a ser o meu bebé, está uma mulher. Passados dois anos fui convidada para ser madrinha do JP, fiquei muito contente até porque fico lisonjeada quando me escolhem, sinto que os pais confiam mesmo em mim caso algum dia alguma coisa lhes falte. Com o JP a ligação não é tão forte, tento estar presente nos momentos mais importantes, mas torna-se difícil quando estamos longe e falamos de vez em quando.
Quando a minha madrinha teve o F fiquei nas nuvens, adorei este miúdo desde que nasceu. Soube desde sempre que o F não seria meu afilhado de papel passado porque uma prima queria muito ser madrinha e (eu tenho a certeza) dada a pressão da família lá acabou por ser. Mas para esta madrinha o que contou foi a festa, o baptizado, a roupa gira, a atenção que teve por ser a madrinha depois pouco ou nada se passou. O garoto faz anos e nem uma mensagem de parabéns pelo facebook manda! Como o destino está traçado e disso não tenho dúvidas, o F sempre me chamou a mim de madrinha e trato-o como tal. É a minha pipoca pequenina apesar de ser um adolescente e estar maior que eu.
Quando a D e o F estão comigo parece que o tempo não passou, abraçamo-nos e andamos ao beijos como se eles tivessem quatro anos e eu vinte, somos melosos uns com os outros e eu adoro.
Há dois fins de semana atrás fui novamente convidada para ser madrinha de um bebé, o meu quarto afilhado!!! Sim sim, quartooooo! Há pessoas que me dizem, bem, é tanta criança que tu já nem ligas. Como?? Ligo sim e muito. Gosto de fazer parte da vida destes miúdos, gosto que contem comigo para conversar, ir ao cinema, lanchar, jogar jogos de tabuleiro e cantar Karaoke. Gosto de lhes ensinar valores e educar, às vezes até levo um bocadinho à risca esta questão, às vezes até sinto que estou a sobrepor-me aos pais e não quero isso. Mas com a minha madrinha estou em casa, porque ela me conhece e sabe que se chamo os garotos à razão é para bem deles e que a única coisa que eu quero é que sejam pessoas civilizadas, responsáveis e educadas.
Agora vem aí outro bebé, ainda não sei se é menino ou menina, mas vai ser o irmão/irmã dos meus sobrinhos mais queridos os D e D. Vai ser tão amado como todos, e desta vez em duplicado porque vou ser uma tia madrinha! Há lá coisa mais linda??
Meus bebés tenham vocês a idade que tiverem vão ser os meus meninos para sempre no meu coração, adoro-vos a todos, todos os dias a todas as horas. LY
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