Quando comecei a trabalhar a V foi-me visitar e começámos a falar com mais regularidade. A minha vida profissional mudou e eu passei a ser comercial de rua e a ter mais tempo para poder saír. Começámos a combinar saídas juntas e a partir daí nunca mais nos largámos.
A casa da V era a minha casa. Tinha lá a escova de dentes, chinelos, roupa, a minha casa de banho e foram os melhores anos da minha vida. Confesso que tinha saído de um namoro chato e ela veio dar uma lufada na minha vida. Passávamos fins-de-semana fora, íamos para todo o lado, festas na Zambujeira, plateau às quartas-feiras, só me lembro que andava de rastos tal era a nossa vida social! Cheguei a ter duas agendas, a agenda profissional e a agenda social. É lindoo!
Ela foi tendo namorados, eu nem por isso, não estava nem aí. Volta na volta ficávamos uns tempinhos sem nos ver, mas quando nos reencontrávamos parecia que nos tínhamos visto no dia antes. O tema de conversa nunca faltou e quando estou com ela sinto uma paz como não consigo ter com mais ninguém (à excepção do meu M que é o meu porto de abrigo), mas com ela é diferente. Com a V eu chegava a casa e ía fazer uma sesta, acordava com as rezas do Lama Gyurme. Há lá coisa melhor? As comidinhas ma-ra-vi-lho-sas, aprendi a gostar de tantas coisas contigo. O leite de arroz que amo, os couscous que adoro, o molho de pesto, os jantares de pão com foi grás, hummm que saudades desse tempo.
A V é o meu Guru, aprendi a fazer chá de vinagre de sidra com mel, a usar aloé Vera, a pasta de dentes indiana preta é que nunca me conseguiu convencer. A ter uma vida mais light, a tirar importância de certas coisas que me consumiam e na verdade não tinham importância nenhuma. O que eu gostava de conseguir meditar com ela, mas o meu feitio não permite, mas nunca disse que não a umas sessões de Reiki e tenho um crédito de massagens que vou usar rapidamente!
A V é daquelas pessoas que ou se ama ou se odeia e eu amo e de que maneira, tenho-a sempre no meu coração e grande parte das vezes no meu pensamento. Gosto mesmo de ti!
Ontem reencontrámo-nos, fomos almoçar juntas ao Hare Krishna e que saudades desses almocinhos cheios de boas energias. Falámos como se nos tivéssemos visto no dia antes, e na verdade passou mais de um ano. Só eu sei o que me custou saír da tua casa. A nossa vida mudou, tomámos rumos diferentes, e apesar de estarmos longe uma da outra és e sempre serás a minha Best Friend Forever!
A minha casa de banho
As instalações
O almocinho
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