terça-feira, 13 de maio de 2014

a viagem

Numa viagem como esta o que sempre mais me assustou foi a própria da viagem, o trajecto em si!
Desta vez não conseguimos voo directo de Lisboa para Punta Cana e a única alternativa era fazer um voo até Miami e depois um outro voo de ligação para Punta Cana.
Como à ida para Miami fui com os pais do M senti-me mais descansada, mas na volta viria sozinha com o L.
Bom, passando aos factos, a viagem de Lisboa para Miami não podia ter sido pior. Já bem para lá da ilha Terceira uma senhora sentiu-se mal e teve um ataque epiléptico. Como tinha um pacemaker, o comandante não quis correr riscos e voltámos para trás. Aterrámos na ilha e foram apenas duas horas entre tirar a senhora e reabastecer o avião.
Resumindo a viagem que seria de nove horas passou a treze! TREZE!! As crianças que íam no voo gritavam, choravam, esperneavam, os adultos já sem paciência nenhuma e eu optei por deixar o L passear pelo avião enquanto chamava papá a todos os homens morenos sentados nos lugares do corredor. Quando o garoto se cansou de tanto passeio levei-o para a "cozinha" do avião e aí tive a sorte de conhecer uma hospedeira supimpa que nos entreteu (a mim e ao garoto) com um saco surpresa do flip&flap, bledinas e mais fraldas porque as minhas já tinham acabado. (as fraldas eram tamº3 e foi o máximo ver o L com fralda cintura descaída, sim, porque ele já usa tamº5). No final agradeci a companhia e o miúdo acabou por se divertir principalmente a carregar no botão de comprimir o lixo... Com este pequeno incidente perdemos o voo para Punta Cana bem como os transfers para o hotel. Tivemos que passar a noite num hotel em Miami cedido pela TAP que supostamente seria bem pertinho do aeroporto, mas que nadaaa!! Era bem longe e estivemos apenas quase DUAS horas para nos darem um quarto. Nunca tinha visto o L com olheiras, coitadinho do gordito estava todo baralhado. A noite também não foi das melhores, pelas 4.30 da manhã ele acordou e cheio de energia, do que me lembrei?? Banho! Fomos os dois para dentro da banheira fazer ondas, nem conto como ficou o chão da casa de banho, mas acho que mais vale isso do que ter um miúdo aos gritos pelo quarto àquela hora. Resumindo, depois de todo o filme lá apanhámos o avião para Punta Cana e assim que se abriu a porta do avião senti aquele bafo de calor que me disse " já chegaste!"
A viagem de volta foi bem mais pacifica, de Punta Cana para Miami conheci um comissário de bordo que adorou o L e até o levou a visitar o cockpit do avião e os respectivos pilotos que foram o máximo, um deles pôs o chapeú dele no gordito! O miúdo estava numa excitação a olhar para tanto botão que nem conseguia fechar a boca!!
Como na América a malta sofre um bocadinho de traumas de segurança estava com algum receio de não conseguir apanhar o avião de Miami para Lisboa, isto porque, tinha apenas 1h40 minutos para passar na alfândega, recolher a mala, passar novamente pela policia, ir buscar os bilhetes à TAP e entregar a mala (portanto novo check-in) passar pelo raio-x dirigir-me ao terminal correcto e embarcar!
É verdade que consegui, mas à custa de muita correria. O comissário de bordo, o Johnny, esperou pelo carrinho do L, enquanto eu fui para a alfândega e à espera da mala, a partir daí foi a loucura, com uma mão a guiar o carro do L e com a outra mão o malão. Comigo trazia ainda a minha mala e a mochila do L, valeu-me a minha insistência com os seguranças nas filas de espera onde dizia que tinha um avião para apanhar dentro de 1hora e não podia perdê-lo!
Depois de toda esta aventura tenho a dizer o seguinte: ninguém ajuda ninguém, várias pessoas me viram a carregar malas com um miúdo sozinha, a descer escadas, o L a atirar a xuxa para o chão enquanto estava ao meu colo e ninguém, mas ninguém mesmo foi capaz de me ajudar a levantar o carrinho para entrar no autocarro, a tirar a mala do tapete, a apanhar a xuxa do chão!!! Enfim, parece que a ajuda fica mesmo ali ao pé do Monsanto... fazer amizade com o pessoal de bordo também ajuda bastante, se há as hospedeiras fofinhas também há as durinhas mas a essas nem passei cartão. Se o bebé começar a chorar levem um docinho (no meu caso o aero-om é o milagre) e parece-me que será uma boa altura para não contrariar os garotos, se eles querem descalçar os sapatos, deixem descalçar. Se eles querem fazer porcarias com a comida deixem, acho mesmo que o mais importante é manter a nossa sanidade mental, quando as horas de voo passarem logo se trata de dizer "não" à criançada!!




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