sexta-feira, 18 de outubro de 2013

apartamento vs moradia

Não sei porquê, mas nos últimos tempos tenho falado com alguns amigos sobre a questão ter uma moradia ou um apartamento.
Vivi vinte e sete anos em apartamentos e portanto durante muitos anos só conhecia esta realidade. Quando comecei a namorar com o M passávamos algum tempo em casa dos pais dele que têm moradia. Muitas vezes ficava a pensar que bom ter um jardim, poder saír de casa e descansar cá fora, não ter os vizinhos a bater com as portas, os filhos a correr e a pular por cima da nossa cabeça depois de um dia duro de trabalho.
Quando eu e o M decidimos comprar uma casa os dois, comecei logo a ver apartamentos, como queria continuar a morar em Lisboa procurar uma moradia estava fora de qu€stão.
Os apartamentos que eu gostava eram caríssimos ou os que estavam dentro do nosso orçamento estavam a caír de podre e juntando o valor das obras ía dar ao mesmo de um novo.
O M tanto andou que me conseguiu trazer à Charneca da Caparica para ver uma moradia, ainda me lembro "olha tão gira, tem um jardim tão grande, depois podemos fazer uma piscina e ainda podes fazer as alterações que quiseres", confesso que fiquei entusiasmada e depois de muita negociação acabámos por comprar a casa.
No dia em que fizemos a escritura entrou uma equipa de obras que partiu todas as paredes e fachada traseira do piso de baixo. E ficou linda!
Até aqui parece que ter uma casa é muito melhor do que um apartamento, mas na verdade não se calcula os gastos e os problemas que trazem! Como é tão mais simples viver num apartamento.
O que gasto em água para a rega e para a piscina, o que gasto em gás (bilhas quase do meu tamanho, sim, parece que vivo em Medronhais da Serra) porque as casas de banho ficam no piso de cima, o que gasto em luz porque tenho iluminação no jardim ligada à noite e aquecer a casa no inverno é de fugir! Estes são os gastos normais, mas depois vem a parte das manutenções.
Manutenção para o jardim, para a piscina, não esquecendo que todas as semanas há uma novidade, a torneira que começou a perder água, os autocolismos que decidiram avariar todos ao mesmo tempo, os varões dos cortinados que começaram a ceder porque tenho um monstro de um cão que os adora pisar, a gaveta do roupeiro que descaíu, a coluna de duche que não aquece a água, o quadro que caíu no chão e se despedaçou, a porta do armário da cozinha que me ficou nas mãos porque a cabrona da dobradiça partiu, and so on...
Se eu fosse uma pessoa descontraída com a casa e não passasse cartão estava tudo bem, o problema é que eu não consigo. Não consigo ter a casa sem ter tudo arranjado, faz-me confusão as coisas não funcionarem, é como ter dezoito canetas na minha secretária e nenhuma escrever (é coisinha para me tirar do sério). Não sei se é por ser designer de interiores, mas tenho que ter a minha casa arranjada e funcional, por isso o que eu gasto em arranjos, reparações, coisas novas, motores novos é uma loucura.
Assim, quem quiser comprar uma moradia pense mesmo muito bem, porque é coisinha para saír mesmo muito caro!
E tudo o que eu não quero é que a minha casa acabe assim..




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